Por Isabela Pimentel, consultora em planejamento de comunicação integrada e mestre em mídias digitais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
Sabemos que, em tempos de tecnologias, redes corporativas e velocidade elevada na transmissão de mensagens, tudo muda rápido. Nesse cenário de transformação digital, sempre me pergunto: como cativar o coração do empregado, que já chega bem informado na empresa?
Por isso, costumo brincar: é uma verdadeira disputa por atenção!
Vivenciei experiências em que redes supermodernas foram lançadas, mas não trouxeram o engajamento esperado.
Por outro lado, já estruturei processos simples de comunicação, mas que cativaram e conquistaram o coração das pessoas envolvidas. Eis aí a grande diferença: no planejamento colaborativo e na cocriação da estratégia.
Então, como mudar esse cenário e aliar tecnologia e humanização?
Como humanizar a comunicação interna?
Essa e outras perguntas são as que perpassam a mente dos gestores de Comunicação, RH e tantas outras áreas.
Por mais forte que venha a onda da transformação digital, a tecnologia precisa refletir:
- a cultura da empresa;
- o cotidiano das equipes;
- facilitar os processos;
- melhorar os fluxos.
Além disso, ela deve empoderar as áreas e potencializar a comunicação.
Novas visões da comunicação interna
Nas teorias mais clássicas da comunicação, que estudamos logo após ingressar na universidade, acreditava-se que uma única e mesma mensagem seria capaz de atingir diversos PÚBLICOS, o tão falado público-alvo.
Assim, o ser passivo agiria exatamente da forma como a mensagem ditava, pois era inerte, sem história, e seria preenchido completamente de sentido por aquela tal mensagem direcionada.
Analisando essa lógica, vemos que os tempos mudaram, galera!
Por isso, quando vejo a palavra público-alvo em muitos planos de comunicação, sinto um certo arrepio na espinha.
Tanto quanto sinto quando ouço “assessor de imprensa” e “comunicação interna”. O quanto nos custa aplicar aquilo que estudamos?
Indo além do interno x externo
Lembrando das teorias da recepção e das relações públicas, podemos ir além e chamar os tais públicos de partes interessadas ou stakeholders.
Decerto, é claro que a empresa, ainda mais nos dias de hoje, em que existem diversas interfaces e plataformas de relacionamento entre público e marca, não pode nem fala com apenas “um público”. Então, como é que você é assessor apenas de imprensa? E quem é que cuidará de uma crise na rede social?
Dessa maneira, quando colocamos a comunicação em caixinhas e pensamos baseados em opostos (dentro x fora, interna x externa) a gente acaba perdendo muito, sabe por quê?
1. Cada empresa tem múltiplas culturas.
2. O público não pode ser chamado de “interno”, mas até mesmo em uma única baia pode haver diversas tribos;
3. Não existe uma mensagem para dentro e para fora em tempos de redes sociais e de compartilhamento de conteúdo em tempo real;
4. O empregado não é sujeito passivo e vazio de conteúdo. Ele é parte ativa do processo de comunicação, então por que pensamos nele só como alguém que está lá dentro?
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Empregado é múltiplo
É por isso que diversos autores, como Bruno Carramenha e Viviane Mansi, vêm, há algum tempo, sugerindo a substituição da expressão comunicação interna pela comunicação com empregados.
Assim, eu mesma, em consultorias, cursos e palestras, tenho alertado sobre 4 prontos:
1. As empresas não disseminam sua imagem e fortalecem a reputação apenas pela imprensa;
2. É preciso ser assessor de relacionamento estratégicos e não apenas de imprensa;
3. Todas as campanhas e conteúdos precisam ser planejados em termos de alcance, risco e impacto, abandonando a lógica dual de dentro x fora;
4. O empregado tem vários papéis sociais, e a empresa é apenas um dos ambientes em que ele é sujeito atuante. Por isso, precisa ser informado com conteúdos estratégicos e relevantes.
Então, o que você pensa sobre isso?
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