Afinal, como a IA para profissionais de comunicação pode ser aplicada na rotina de forma segura e ética?

Trends, filtros, criação de imagens, produção de texto, produção de vídeos com áudios que nunca foram ditos e uma evolução muito rápida. A inteligência artificial está cada vez mais avançada, tornando mais difícil distinguir o real do fake.
Isso também levanta questionamentos importantes sobre automação e a possível substituição de pessoas em diferentes ambientes de trabalho. Afinal, o uso da Inteligência Artificial não está restrito a um único setor — seu impacto é amplo, transversal e em constante expansão.
De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Global McKinsey, cerca de 50% das atividades de trabalhos atuais, em teoria, poderiam ser automatizadas. No entanto, aquelas que necessitam de grandes investimentos para a automatização ou que pagam salários relativamente baixos tornam a automação uma proposta de negócio menos atraente.
“A automação terá um efeito menor no caso de empregos que envolvem gestão de pessoas, aplicação de expertise e interações sociais, nas quais as máquinas ainda não conseguem reproduzir a performance humana” afirma o artigo da McKinsey.
Mas e a IA para profissionais de comunicação?
Em meio a tantos desafios, a Inteligência Artificial se apresenta como uma fonte real de oportunidades. Estar por dentro dessas mudanças é essencial para seguir relevante e competitivo.
O IAB Brasil, associação que desenvolve a publicidade digital no Brasil, criou um guia com aplicações práticas. Há sugestão para criação, mídia, tomada de decisão, medição e atribuição, além de boas práticas e ferramentas que já estão disponíveis no mercado.
“Embora existam desafios na implementação, como treinamento de equipes, preservação da identidade da marca e questões de direitos autorais, os benefícios são significativos. Esta integração não substitui a criatividade humana, mas a potencializa, permitindo que as equipes explorem novas ideias e tornem seus processos mais eficientes” afirma o guia do IAB Brasil.
Em nosso painel Comunicação Interna e IA, da 8ª edição do Diálogos Supera | SP, os profissionais Wendell Ramada e Rafael Lourenço falaram sobre o impacto da inteligência artificial na comunicação interna e a evolução do papel do comunicador.
Sob a mediação de Rodrigo Cogo, os profissionais falaram sobre como as funções do comunicador evoluem para as de um profissional mais estratégico, com habilidades de análise de dados e entendimento do negócio.
Para eles, o comunicador se torna quase um consultor interno, utilizando a IA como ferramenta para insights e focando em interações estratégicas com as áreas.
Oportunidades no uso da IA
Agilidade
De acordo com um relatório da HubSpot, 90% dos profissionais de marketing dizem que a IA e a automação os ajudaram a passar menos tempo em tarefas manuais. Agora eles podem dedicar mais tempo às partes de seu trabalho de que mais gostam (80%) e a aos aspectos criativos de sua função (79%).
Resultados otimizados
O relatório da HubSpot também aposta que 54% dos especialistas em SEO usam IA e automação em sua função. No entanto, nem sempre fica evidente em qual parte de suas atribuições elas são usadas. Há ferramentas de correção de texto baseadas em IA, mas muitas pessoas talvez ainda não as vejam dessa forma.
Atendimento ao colaborador
Ferramentas de automação e chatbots estão revolucionando a forma como as organizações interagem com seus públicos externos. Mas ela pode trazer respostas às principais dúvidas dos colaboradores garantindo que tudo sempre esteja à mão.
“O desafio é encontrar o equilíbrio entre automação e humanização, garantindo que a tecnologia sirva para aproximar e não afastar as pessoas” afirma Marcos Facó, Diretor de Comunicação e Marketing da Fundação Getúlio Vargas (FGV DICOM).
Desafios
Falta de criatividade e originalidade
O texto e as imagens gerados são baseados em padrões existentes. Isso impossibilita que os conteúdos sejam originais. É importante entender a ferramenta como um simples assistente.
Precisão
O foco da IA é te entregar uma resposta. Já houve casos em que a ferramenta inventou dados. Por isso, é imprescindível que haja a verificação do conteúdo gerado.
Plagio
A inteligência artificial pode gerar imagens e textos inteiros muito semelhantes as outros já existentes. Já houve casos que em ela copiou palavra por palavra. E o pior, muitas vezes a ferramenta nem fornece as fontes para consulta.
E na prática?
Itaú, Volkswagen, Coca-Cola, Nomad e outras grandes marcas já usaram Inteligência Artificial até em campanhas externas. No entanto, os profissionais de comunicação usaram a IA de forma operacional buscando recriar imagens não reais ou imaginar o passado.
Concluindo, é totalmente recomendável que tudo o que for gerado passe por revisão e ajustes humanos para garantir que o conteúdo final seja relevante e seguro.